Por Flávio Martins
A tecnologia é um tema que tem gerado medo e ansiedade em muitas pessoas há muitos séculos em atualmente este medo voltou a assombrar muita gente. Isso se deve em grande parte ao fato de que a tecnologia está evoluindo rapidamente e de forma cada vez mais complexa, o que pode levar a incertezas e inseguranças em relação ao futuro.
Na primeira revolução industrial, os luditas se destacaram como um movimento contrário àquilo que a indústria trazia. O movimento ludita foi um levante popular na Inglaterra no início do século XIX que protestava contra a introdução de máquinas nas indústrias têxteis. Eles destruíam as máquinas em uma tentativa de preservar seus empregos e seus modos de vida.
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Atualmente existe um grupo de pessoas que têm medo ou aversão às tecnologias. Algumas dessas pessoas tem um medo moderado de que a tecnologia possa substituir empregos e causar desemprego em massa, enquanto outros têm medo de que a tecnologia possa ser usada para fins maliciosos ou até mesmo se voltar contra a humanidade. Outros têm mesmo pânico de se adaptar a novas formas de interação a partir do uso das tecnologias, principalmente as digitais e se recusam a utilizar artefatos tecnológicos. A esses últimos chamamos tecnófobos.
Ao longo da história, a humanidade passou por diversos medos que pareciam ameaçar a sua sobrevivência. Desde pandemias e guerras mundiais até desastres naturais e tecnológicos, muitas vezes fomos tomados pelo medo de que o pior pudesse acontecer. No entanto, é importante lembrar que muitos desses medos não se concretizaram. Por exemplo, na década de 60, muitas pessoas temiam que uma guerra nuclear acabasse com a humanidade.
Esse medo pode ser exacerbado por representações negativas na mídia e na cultura popular. Na década de 90, por exemplo, muitas pessoas temiam os computadores e a internet, acreditando que eles poderiam destruir empregos, aumentar a vigilância e até mesmo se tornar conscientes e nos controlar. Da mesma forma, muitos temiam que a internet nos desconectasse do mundo real e nos isolasse socialmente, mas em vez disso ela se tornou uma ferramenta essencial para a comunicação e o conhecimento.
É compreensível que tenhamos medo do desconhecido e do futuro incerto, mas é importante lembrar que muitos dos medos que tivemos ao longo do tempo foram superados pela resiliência e inovação humanas.
Embora ainda possamos enfrentar desafios e incertezas, devemos manter a esperança e confiar em nossa capacidade de superá-los.
O medo é uma emoção humana que surge como resposta a uma situação percebida como ameaçadora ou perigosa. É uma resposta natural do corpo e da mente que nos prepara para lidar com o perigo iminente. Embora muitas vezes possa ser útil, o medo também pode ser irracional e limitante. É normal que, ao nos depararmos com uma nova tecnologia, sintamos medo e incerteza em relação a ela.
Hoje em dia, estamos enfrentando um medo semelhante em relação à inteligência artificial. Muitas pessoas temem que a IA se torne tão avançada que possa substituir a força de trabalho humana, ou que possa ser usada para fins nefastos, como vigilância em massa ou até mesmo assassinato autônomo.
No entanto, assim como aconteceu com os computadores na década de 90, o medo da inteligência artificial pode ser exagerado. É importante lembrar que a IA é criada por humanos e pode ser projetada para beneficiar a humanidade. Além disso, a IA pode ser usada para resolver problemas complexos que anteriormente eram impossíveis para os seres humanos, como a previsão de terremotos e a descoberta de novas curas médicas. Em vez de temer a IA, devemos trabalhar para garantir que seu desenvolvimento seja guiado por valores éticos e humanos, e para maximizar seus benefícios para a sociedade.
A tecnologia também pode criar novos desafios éticos e morais, como a privacidade dos dados e o uso de inteligência artificial em sistemas de tomada de decisão. O filósofo francês Pierre Levy diz que a tecnologia em si não é boa nem má, é o uso que fazemos dela que determina seus efeitos positivos ou negativos. Por isso, é essencial que a tecnologia seja desenvolvida com ética e responsabilidade, para que possamos aproveitar seus benefícios sem prejudicar a sociedade.
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Essa ideia de que a tecnologia não é boa nem má, mas sim o uso que fazemos dela, é atribuída a diversas correntes de pensamento ao longo da história. Um dos autores que defendem essa visão é Marshall McLuhan, que argumentava que a tecnologia é uma extensão do homem e, como tal, pode ser usada de maneiras benéficas ou prejudiciais, dependendo do contexto em que é utilizada.
Outro autor que compartilha dessa ideia é Neil Postman, que alertava para os efeitos negativos da tecnologia quando usada sem reflexão crítica, mas também reconhecia que a tecnologia pode ser usada de forma benéfica quando aplicada com sabedoria e cuidado. Essa visão também é defendida por diversos pensadores contemporâneos, que ressaltam a importância de um uso ético e responsável da tecnologia para o bem da sociedade.
Parece desnecessário, mas é importante lembrar que a tecnologia também traz muitos benefícios para a sociedade, como melhorias na saúde, na educação e na comunicação. Um ponto importante aqui é que é preciso encontrar um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a garantia de que a tecnologia é projetada para beneficiar a humanidade como um todo.
Em vez de temer a tecnologia, é importante entender suas implicações e buscar formas de utilizar a tecnologia de maneira responsável e consciente. A educação e o diálogo aberto sobre os desafios e benefícios da tecnologia podem ajudar a dissipar os medos infundados e a promover uma sociedade mais preparada para lidar com a evolução tecnológica.
Cabe a cada um de nós fazermos um bom uso dos recursos tecnológicos, colaborar para uma melhoria nos níveis de letramento digital de nossos estudantes e olharmos com atenção para as novidades que surgem a cada momento, pois a mesma tecnologia que pode assustar, pode nos ajudar a encontrar soluções para problemas bastante complexos da sociedade em que vivemos.
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Flávio Martins é professor de língua inglesa desde 2000, licenciado em ensino de língua inglesa, especialista em ensino de línguas mediado por computador e mestre em educação tecnológica pela UFMG