Como aprender a aprender?

Como você aprende melhor? Já pensou sobre isso? Cada pessoa tem uma técnica preferida para aprender e cada professor tem um conjunto de técnicas e abordagens para facilitar o aprendizado dessas pessoas. Mas na realidade, existe um método infalível para aprender?

Numa rápida pesquisa na internet, é possível encontrar centenas de técnicas e estratégias para dar um up em seu aprendizado. 

Se por um lado existem pessoas ávidas por aprender, por outro há inúmeras outras pessoas que não sabem como melhorar sua absorção de conhecimento. Fica então um dilema: como facilitar o ato de  aprender?

Uma coisa é fato: não existe mágica! Ninguém aprende uma língua dormindo ou em 3 meses, viu, MV?

O ser humano é um ser de aprendizagem. Aprendemos de várias maneiras e o tempo todo. Porém, não dá pra  ter certeza de qual é realmente o método MAIS EFICAZ, pois o ser humano evolui em tudo, inclusive em sua forma de aprender. E além disso é possível dizer que aprendemos bem de maneiras diferentes uns dos outros. Isso quer dizer que o que funciona para você, pode falhar miseravelmente para mim. Nosso percurso e características podem nos dar dicas sobre o caminho do sucesso nas aprendizagens e isso fica ainda mais fácil se usarmos a ciência a nosso favor.

Uma maneira super interessante de entender como isso funciona é através dos estudos da teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, no livro Frames Of Mind de 1983. 

 

Essa teoria explica que o ser humano aprende através de vários tipos de inteligência, mas a maioria das pessoas possui uma ou duas inteligências bem desenvolvidas. Isso explica porque uma pessoa pode ser ótima em cálculos matemáticos e não tenha muita habilidade com língua estrangeira e vice-versa. Embora esse conceito das múltiplas inteligências já tenha sido bastante estudado e contestado desde sua publicação, na prática, faz muito sentido entender nosso cérebro a partir das opções expostas por Gardner. Inicialmente eram 8 as inteligências defendidas por ele, mas depois foi adicionada mais uma: a naturalista.

Todos aprendemos, uns mais rápido, outros de maneira mais lenta. Uns com mais exercícios práticos, outros apenas ouvindo; uns anotando e outros apenas prestando atenção ao que ouve. O nível de dificuldade na aprendizagem, de uma forma geral, está associado ao esforço individual de cada um e ao autoconhecimento de nossas inteligências. Ou seja, conheça-te a ti mesmo e aprenda mais sobre você e sobre o mundo à sua volta.

Quanto mais souber sobre seus pontos fortes melhor será sua aprendizagem.

Veja abaixo algumas dicas para ajudar a identificar seu estilo de aprendizagem e como melhorar sua performance.

 

Tipo

de inteligência

Descrição

Estilos de aprendizagem preferidos

Linguística

palavras e línguas, escrita e fala; retenção, interpretação e explicação de ideias e informação via palavras, entende a relação entre comunicação e significação. Verbal (palavras e linguagem)

Lógico matemática

pensamento lógico, descoberta de modelos, raciocínio científico e dedução; análise de problemas, execução de cálculos matemáticos. Números e lógica

Musical

consciência, avaliação e uso de som; o reconhecimento de modelos tonais e rítmicos, entende a relação entre som e sensação. Música, sons, ritmos

Corpóreo-Sinestésica

controle de movimento de corpo, destreza manual, agilidade física e equilíbrio; coordenação do corpo. Experiência física e movimento, toque e sensação

Espacial Visual

percepção visual e espacial; interpretação e criação de imagens visuais; imaginação pictorial e expressão. Quadros, formas, imagens, espaço em 3D

Interpessoal

capacidade de relacionar-se com outros; interpretação de comportamento e comunicações; entende as relações entre as pessoas. Contato humano, comunicações, cooperação, trabalho de equipe

Intrapessoal

auto-consciência pessoal, objetividade pessoal, a capacidade de entender a relação de alguém com outros e o mundo e própria necessidade de alguém para modificar-se. Autorreflexão, auto-descoberta

CHOMSKY, Noam. Language and Mind. New York: Harcourt,. Brace & World, 1968.

GARDNER, H. Estruturas da Mente – A teoria das inteligências múltiplas. 1ª ed., Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

______. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

KRASHEN, S. Principles and Practice in Second Language Acquisition. New York: Pergamon Press, 1982.

Flávio Nickel Martins

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